Formar ou Ganhar?
Nós, treinadores, somos
reconhecidos pelo sucesso ou insucesso, não pelas metodologias e princípios de
treino postos em prática, mas inevitavelmente pelos resultados obtidos.
Por vezes, no desporto, o que
distingue o bom do excelente é a capacidade de se autosuperar tanto física,
psicológica, técnica e taticamente, e o alcance de mais e melhores resultados.
Como antigo jogador de futebol de
formação, posso afirmar que, o desejo de jogar no fim-de-semana era refletido
numa semana de treinos. Para além de trabalhar para ser cada vez melhor, tinha
que superar as adversidades impostas pelo treinador e mostrar disponibilidade e
ambição para demostrar que estava pronto para jogar.
A ambição de vencer é,
nomeadamente, incutida pelo treinador que, na palestra antes do jogo realça
sentimentos como “paixão”, “garra”, “atitude” e “raça”. Relembro um treinador
que nos pedia para “não deixar o adversário respirar” e até “para comer a
relva”. “Sangue, suor e lágrimas” repetia-nos.
Claramente, foi com este
ambiente de querer vencer, de lutar pelos objetivos e de autossuperação que
cresci e que hoje me define como treinador.
Agora, como treinador de formação,
o desejo de vencer, apesar de estar sempre presente, está condicionado pela
minha formação dos jovens atletas que sei que, um dia, pisarão grandes palcos.
Tomo consciência que, a mentalidade
que lhes incuto é de trabalho, autossuperação, de luta pelos objetivos
propostos e pessoais, e que o amanhã é um novo dia para superar os resultados
de hoje. São com estes princípios que pretendo levá-los ao sucesso.
Com os princípios impostos pelos
treinadores nos jovens atletas, será que o treino deve ser direcionado para a
vitória ou para a formação?
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